Lambreta (Gerson Bernardes) e Mereceu (Alexandre Simioni) são dois palhaços do Paraná que já estiverem pelas bandas Indaiatubanas. Em uma reportagem do Jornal de Londrina no ano passado eles, falaram um pouco sobre a arte do palhaço e sobre teatro de rua. Antes de colocar os trechos mais interessante da reportagem, tenho (o que vos fala, Marcus V. Mazieri) que falar um pouco com o coração. Tive o prazer e honra de ter aula com o grande Ale Simioni em duas ocasiões, em duas oficinas que ele veio ministrar aqui em Indaiatuba nos anos de 2009 e 2010. De quebra ainda pude vê-los em ação aqui na praça da cidade. Foi uma experiência incrível que me marcou e me influenciou muito na construção do meu palhaço. Mas chega de lenga lenga, vamos logo a reportagem:
“Não fui eu quem escolhi ser palhaço. Foi o palhaço quem me escolheu”, declara Alexandre Simioni, que começou a pensar no assunto no início da década de 1990. Na ocasião, ele participou de uma oficina promovida pelo Plantão Sorriso com o palhaço Gabriel Guimard. “A partir daí me apaixonei pela linguagem, fiz mais oficinas e estudei sobre o palhaço”, diz. Algum tempo depois, Simioni coordenou, durante uns oito anos, do Doutor Palhaço, projeto do Sesc que desenvolve trabalho voluntário em comunidades carentes e hospitais.
Depois que o projeto terminou, Simioni resolveu encarnar o palhaço Mereceu e montar dupla com o amigo Gerson Bernardes, o Lambreta, que também atuou no Doutor Palhaço. Das comunidades e hospitais, os dois foram às ruas. “É um espaço democrático, pois há relação com todo o tipo de público. Tem que fisgar e manter o público”, diz Simioni. Para Bernardes, a rua dá a certeza ao ator de quem realmente está interessado no espetáculo. “Na rua a gente pode ver quem realmente escolhe nos ver”, diz Bernardes.
A história de Bernardes com a linguagem do palhaço começou cedo, por volta dos 14 anos. “Eu já era ator e comecei a trabalhar em animação de festas”, lembra. O que lhe chama a atenção nesse tipo de trabalho é a crítica que se pode fazer. “É uma arte questionadora, acima de tudo. Questiona hierarquia, ordens, pontos de vista”, ressalta. Até agora, o único espetáculo dos dois, que montaram a dupla em 2009, é o que será apresentado amanhã. Qual a graça de Laurinda? ganhou, no ano passado, o prêmio Carequinha, da Funarte, e circulou em dez cidades do Paraná.
Houve um dia em que Lambreta e Mereceu estavam se apresentando pelas ruas de Paranavaí, no noroeste do Paraná, quando precisaram improvisar. “Tinha uma mulher que, tudo o que a gente fazia, ela gritava e falava alto. Estava bêbada e queria chamar a atenção”, lembra Simioni. “Fomos até lá, abraçamos a mulher, incluímos ela no espetáculo. E ela ficou mais tranquila”, completa. Fazer espetáculo em rua é assim, tem que lidar com improvisos. “A gente tem que estar pronto para qualquer coisa”, diz.
Às vezes aparece um cachorro para assistir, e é preciso interagir com o animal. “O legal de ser palhaço é que, mesmo com roteiro, a gente lida muito com o improviso”, observa. Ou então, frequentemente os palhaços precisam enfrentar a chuva. “Já tivemos problemas com a chuva. Já aconteceu da gente ter que esperar. Então a chuva acalma e a gente monta tudo e, quando vai começar, volta a chover.”
Você pode ver a reportagem completa aqui. Acesse o blog do Triolé Cultural pra saber mais sobre eles.
Olá Marquinhos e pessoal do Gandaiá. Agradeço demais pelo carinho e pelas palavras. Esta apresentação em Indaiatuba é marcante pra mim, porque além de conhecer muita gente boa e cheia de tesão nesse trabalho, como vocês, ali nasceu a parceria com o Lambreta e o Triolé Cultural.
ResponderExcluirBeijos a todos!!
Ale Simioni (Mereceu)