Neste último domingo tivemos mais um encontro da Vivência Gandaiá 2012. O tempo passa rápido, já se foram 4 domingos desde o começo da Vivência, lá no comecinho de abril. Nesse tempo pudemos ter uma introdução básica na preparação cênica cuidadosa que o palhaço tem que ter para ser, de fato, palhaço. Pudemos brincar (muito seriamente) em diversos exercícios e jogos, sempre levando em consideração o conhecimento do próprio corpo, da própria mente, enfim, de si mesmo. Se tornar palhaço é ir se descobrindo, no sentido mais básico que esse pode ter: tirar as cobertas! Aos poucos vamos nos tornando pelados (não é o clown o mais nu dos artistas?) e ai, quem sabe, pode aparecer um ser risível, ridículo por natureza.
Neste 4º encontro nos dedicamos a percepção: do eu, do outro e do espaço. Andamos, corremos, pulamos, enfim, agimos e reagimos em três (ou mais) dimensões. Foi um momento inicial de ver e ouvir, pra depois, quem sabe, ser visto e ouvido. Os exercícios buscaram, através de uma relação íntima com o outro e com o espaço, aumentar a capacidade de percepção sonora, visual, tátil e intuitiva. Ampliando o olhar ficamos mais receptivos, ficamos em estado de total prontidão. O mundo está sempre em movimento e muitas coisas estão acontecendo. Mesmo num lugar e momento em que tudo parece estático, coisas sutis acontecem, há movimento. A vida pulsante se faz presente e se mantém através desse movimento constante. Estarmos atentos a isso nos possibilita uma (re)conexão com o mundo e nos abre a possibilidade para a ação consciente, essencial e transformadora. Ao palhaço essa atenção/percepção também é fundamental. É dentro desse estado de consciência que surgem as ações autênticas que todo palhaço (verdadeiro) almeja. É uma busca simples e necessária que exige abertura e dedicação.
Acredito que estamos no caminho. Que dizer, estamos em um caminho, dos vários e vários que existem (sem contar os que podem ser abertos). Está chegando a hora dos aspirantes a palhaço colocarem pela primeira vez (pelo menos na Vivência) o místico e mítico nariz vermelho. Tenho certeza que será um momento único, assim como ainda deve ser para um velho palhaço que coloca seu nariz depois de 30 ou 40 anos. Mais uma vez agradeço a todos que estão presentes e participam de alguma forma dessa caminhada do Gandaiá, principalmente aos possíveis novos gandaieiros que todo domingo de manhã tem estado (firmes, fortes e com sono) nos encontros dessa Vivência. Obrigado e aaaaaaaaah, vamo nessa!
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