Infelizmente, com o passar do tempo, de tanto ouvir "que feio", "que ridículo", "que isso", "que aquilo", o palhaço que nasceu com cada criança (isto é, com todos nós) começa a sentir medo, vergonha e decide se esconder. E vai se escondendo, se escondendo... até que um dia some dentro da gente. (De vez em quando ele aparece por conta própria. Na hora do banho, por exemplo, quando a gente canta e dança sem ninguém ver. Mas é fechar a torneira e - zupt! - ele some de novo.)
Quando uma pessoa decide ter essa profissão, tem que aprender a reencontrar, sempre que quiser, o palhaço que estava escondido. E isso não é fácil, porque o tempo passou, o palhaço lá dentro também cresceu, e agora não se sabe quase nada sobre ele. Só com muito trabalho, muita pesquisa de si mesmo é que se pode ir descobrindo como é que ele anda, fala, gesticula e pensa.
(...) mais no livro
Retirado de "O livro do Palhaço", de Cláudio Thebas.
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