domingo, 6 de março de 2011

Palhaços pela própria natureza (Cláudio Thebas)



Todo mundo nasce palhaço. Sem exceção. Basta observar as crianças pequenas para perceber que elas têm todas as qualidades que um bom palhaço deve ter: são atrapalhadas, sinceras, espontâneas e, por tudo isso, muito engraçadas. Elas não tem o menor medo do ridículo, até porque não fazem idéia do que seja isso.


Infelizmente, com o passar do tempo, de tanto ouvir "que feio", "que ridículo", "que isso", "que aquilo", o palhaço que nasceu com cada criança (isto é, com todos nós) começa a sentir medo, vergonha e decide se esconder. E vai se escondendo, se escondendo... até que um dia some dentro da gente. (De vez em quando ele aparece por conta própria. Na hora do banho, por exemplo, quando a gente canta e dança sem ninguém ver. Mas é fechar a torneira e - zupt! - ele some de novo.)


Quando uma pessoa decide ter essa profissão, tem que aprender a reencontrar, sempre que quiser, o palhaço que estava escondido. E isso não é fácil, porque o tempo passou, o palhaço lá dentro também cresceu, e agora não se sabe quase nada sobre ele. Só com muito trabalho, muita pesquisa de si mesmo é que se pode ir descobrindo como é que ele anda, fala, gesticula e pensa.  

(...) mais no livro

Retirado de "O livro do Palhaço", de Cláudio Thebas.

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