quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Gandaiá na Feira Livre!

Algo acontece quando clowns resolvem ir á feira (principalmente quando cada um vai com apenas 50 centavos). As compras ganham uma trilha sonora única, especial, quase definitiva (daquele momento, é claro). A pechincha ganha um charme especial, a barganha é esperada e recebida com risos e sorrisos. As lógicas de utilidade, de função, de coerência, são rompidas. O rabanete vale mais do que o mundo, mesmo sem ter custado nada (afinal, não são eles narizes de palhaço que nascem na terra?). As bananas colocam em questão a famosa expressão ‘a preço de banana’. A pimenta que esquenta, refresca os olhos num calor escaldante. O machichi (aquele da dança) não é apenas um homem no meio com duas mulheres fazendo sanduíche, mas também uma nobre mamona comestível. A batata roxa é também doce e cara (25 centavos, meu chapa!). O quiabo na verdade se chama jiló (e vice-versa). A canela é um tipo de bala, como caramelinho malandro, 7 belo (ops, marca!) e dadinhos de segunda mão (são mais em conta). O rei abacaxi perdeu seu reino, seu trono e até sua coroa; em seu lugar coroaram Gelsomina, a convidada de luxo do Tripé. Ah, não posso me esquecer, é claro, que a feira é também uma bolsa de valores, é o lugar certo de se investir. Duvida? Vou explicar o porque. Com 50 centavos, você compra 1 real; esse 1 real você come e viram 2 reais; esses 2 reais você vai lá e compra 4 reais; você come os 4 reais e viram 8 reais, e por aí vai... (ps.: nem sempre o feirante vai concordar com isso). Essa foi uma experiência do Gandaiá numa manhã qualquer de domingo, que, por um detalhe, se tornou mágica e inesquecível. 

As compras e os pés de Nito Patela, Mary Poppins e Jack Banana.

O que os clown conseguiram comprar na feira com 50 centavos cada um.

Gelsomina com seu nariz que nasce na terra.

Postado por Marcus V. Mazieri, clown apelidado de Nito Patela.

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